27 julho 2012



Nesta sexta-feira, começam oficialmente os Jogos de Londres, com a cerimônia de abertura a partir das 17h. Por isso, se você não é viciado/a em esportes ou bem desligado/a mesmo, seguem dicas para você entender alguns pontos básicos sobre a Olimpíada, desde os esportes bizarros que aparecem no calendário, até os direitos de televisão, passando pela relevância mínima do Brasil no quadro de medalhas. É aquele resumão para você não ficar boiando nas conversas e entender o que vale – e o que não vale – a pena nas próximas duas semanas.
 1- Esqueça a Globo, agora é Record
Culturalmente, nós brasileiros estamos acostumados a acompanhar os grandes eventos esportivos pela Rede Globo. Nesta Olimpíada, porém, é diferente. Assim como no Pan do ano passado, os direitos de transmissão pertencem apenas à Record, então se você quiser assistir aos Jogos na TV aberta, terá que sintonizar na emissora paulista. Entre os canais fechados, Sportv, ESPN e Bandsports são as opções.
2- Olimpíada não é Pan, e o Brasil não é potência
Se você acompanhou o Pan do ano passado, em Guadalajara, e acha que o Brasil repetirá em Londres as mesmas 141 medalhas conquistadas no México, esqueça. Jogos Pan-Americanos juntam apenas seleções aqui da América, com direito a times B dos Estados Unidos. Por isso as equipes brasileiras vão tão bem. Olimpíada é coisa de gente grande, tem atleta top do mundo todo, e por isso nossa expectativa é de alcançar apenas de 15 a 20 medalhas.
3- Quadro de medalhas, essa incógnita
Muita gente não entende como funciona a classificação dos países no quadro de medalhas das Olimpíadas. Por que um país que conquista 10 pódios pode ficar abaixo de um com apenas um ouro? Porque medalhas douradas valem mais do que todas as outras. A regra é simples (mais ou menos): quem tem mais medalhas de ouro vence o quadro. Depois valem as pratas e só depois os bronzes. Veja o quadro de 2008, por exemplo, e perceba que o Brasil e suas 15 medalhas ficaram em 23º lugar, enquanto a Romênia e suas 8 ficaram em 17º.
Fonte: Uol esportes

24 julho 2012

Estados pagam conta da desoneração federal

Receitas das unidades cairão com as reduções de IPI e IR, que compõem o fundo de participação dos estados
Gustavo Machado
Os incentivos fiscais dados pelo governo federal para fomentar a atividade econômica do país está gerando grande desconforto entre governadores e secretários de estados. A redução da alíquota de alguns impostos têm impacto direto na arrecadação dos estados, em maior medida as unidades mais dependentes do Fundo de Participação dos Estados (FPE) — composto por 21,5% das receitas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) e por 21,5% do Imposto de Renda (IR). José Sérgio Gabrielli, secretário do Planejamento da Bahia, que conta com a maior participação do FPE, reclama dos efeitos sobre as contas estaduais das ações governamentais. “O governo federal está correto em trabalhar para elevar o nível de atividade do país, mas precisa achar outros meios que impactem menos os estados”, afirma o ex-presidente da Petrobras. Além do fundo, Gabrielli afirma que a redução para zero da Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) sobre gasolina e diesel comprometeu parte dos investimentos em estradas e rodovias orçados para 2012. “Este efeito é mais setorial, mas precisarei alocar recursos de outras áreas para cobrir a redução da Cide”, comenta o secretário. Já Cláudio José Trinchão, secretário da Fazendo do Maranhão, é mais enfático em sua crítica. Seu estado é um dos mais dependentes do repasse do FPE. No orçamento trabalhado para o próximo ano, 53% das receitas têm origem no fundo, enquanto a dependência baiana está próxima a 21%. “R$ 200 milhões de redução no FPE podem parecer pouco para São Paulo e Rio de Janeiro, que dependem menos do fundo. As desonerações refletem na base do orçamento”, reclama. Trinchão, que também é coordenador do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), afirma que levará a questão ao secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, que também é membro do Confaz. “Temos que repensar este modelo de incentivos. Porque não reduzem o PIS e o Cofins? Os estados já vivenciam um momento extremamente delicado e a desoneração tem de ser justamente sobre o IPI e a Cide, que são partes importantes do orçamento estadual? ”, questiona. ¦
 

Governo perde R$ 8 bilhões com renúncia fiscal
Valor considera só incentivos fiscais com IPI, contribuições previdenciárias e Cide
As desonerações promovidas pelo governo federal representarão nos próximos 12 meses uma renúncia fiscal de R$ 8 bilhões, segundo cálculos da economista Maria Cristina Mendonça de Barros, sócia da MB Associados. De acordo com o levantamento da consultoria, apenas a redução da alíquota do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) para artigos de linha branca (geladeiras, freezers e fogões), móveis e automóveis significa uma renúncia de R$ 1 bilhão.
Outros R$ 2 bilhões virão da troca da contribuição previdenciária, incidente na folha de pagamento, para o recolhimento de 1% do faturamento de companhias industriais. A conta fecha com redução para zero da alíquota da Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) sobre gasolina e diesel, que representa cerca de R$ 5 bilhões a menos nos cofres do governo. Com os incentivos fiscais, a frustração nas expectativas de arrecadação do governo já somam R$ 20 bilhões, segundo Maria Cristina. “O restante corresponde à queda do nível de atividade econômica, refletindo diretamente no Imposto de Renda de pessoas jurídicas”, explica a economista. O governo federal deu o primeiro passo na última sexta-feira, ao assumir que a arrecadação prevista no início do ano não será alcançada. No entanto, segundo a conta apresentada pelo Ministério do Planejamento, as receitas administradas pela Receita Federal deverão somar R$ 676,8 bilhões ao final deste ano, pouco menos de R$ 13 bilhões que o estimado há dois meses. A diferença acontece justamente pela outra mão do Estado, a que tira. Enquanto o Planejamento reconhece a renúncia fiscal de R$ 6 bilhões com os programas de incentivos, repõe parte da perda com uma forte revisão da arrecadação de PIS e Cofins. Segundo a nova conta, estes dois tributos somarão R$ 226,15 bilhões ao final de 2012, pouco mais de R$ 7,69 bilhões do previsto no bimestre anterior. ¦ G.M.
 


 
Fonte: Brasil Econômico